Poucos dias antes de inicar este blogue, morreu Jacques Martin, com 88 anos. Foi um prolífico autor de banda desenhada. A sua principal personagem foi Alix, o galo-romano que viveu inúmeras aventuras durante o período da guerra civil, em Roma, que opunha César a Pompeu; Mais de 20 livros deste herói clássico foram por ele escritas e desenhadas, alguns dos quais - Yorix le Grand e Le Dieu Sauvage - são, para mim, de leitura incontronável e obrigatória para quem aprecie uma boa banda desenhada de aventuras! A dada altura na sua carreira ingressou nos Estúdios Hergé, sem enorme entusiasmo mas submetendo-se à grande insistência do "pai" de Tintin. Para lá deu forte contributo, no auxílio na escrita de alguns guiões e desenho do guarda-roupa de alguns personagens, assim como na pesquisa histórica que muitos locais e objectos utilizados para a série.
Era muito crítico - para não dizer mais! - sobre Hergé, tanto na sua postura histórica, artística como política, evidenciando, após a morte deste último, uma verve destrutiva a seu respeito que nunca lhe ficou bem no currículo! Em certas entrevistas, pouco lhe faltava para sugerir que Tintin era sua criação, e não de Hergé!
Todavia, a Jacques Martim se deve, práticamente, todo o desenho de La Vallé des Cobras, episódio de Jo, Zette et Jocko, assim como a versão actualmente divulgada de Les Cigares du Pharaon, de Tintin.
Acabou, com o tempo, por se tornar mais um guionista que um desenhador: primeiro, por ser tão prolixo na escrita de histórias - mais do que as que podia desenhar! - sendo sua especialidade divulgar, nas entrevistas que dava, vários títulos e sinopses de obras ainda no prelo!
Pessoalmente, tive a sorte de, aos meus 16 anos, o meu tio Duarte me ter oferecido a até então colecção completa dos livros de Alix e de, poucos anos mais tarde, ter comprado em segunda mão - e num estado longe de estar famosa! - a primeira edição de Alix l'Intrépide, o primeiro ovlume da colecção!
pelos meus 20 anos, num período em que estava entusiasmado em contactar com autores estrangeiros, tive a sorte de receber, do autor, um desenhinho - que neste poste reproduzo -e uns anitos mais tarde, aquando da sua primeira visita a Portugal, o autor desenhou Arbacés na famosa primeira edição - que ele me elogiou a pose! - o que, sem dúvida, a valoriza!
Maus duas vezes voltou Jacques Martin a Portugal, há menos de 10 anos, evidenciando já os seus graves problemas de visão, sempre acompanhado de jovens desenhadores que o acolitavam - mal! - no desenho de alguns seus álbuns. Ainda mantinha aceso o seu debate eivado de críticas a autores da sua geração e mantinha-se um adepto defensor de ser como que a "alma" de Tintim, o que, condescendentemente, as pessoas que o ouviam iam aceitando!
Na sua última visita a Portugal, no Festival da Amadora em 2003, o desenhador Luís Diferr, seu desde há muito admirador contactou-o, tendo recebido dele uma encomenda, de fazer um livro passado no período de D. José. Meticuloso como Diferr é, o livro ainda não se encontra terminado.
Arbacès, le "double" d'Alix ? Leur ressemblance est troublante...
ResponderEliminarNuma Sadulus
En effet! Il faudra que j'y mette ici ''mon'' Arbacés!
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