sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Lobo, o Sócrates - Capítulo 1

Era uma vez uma floresta à beira mar plantada! Mas não era uma floresta como as que os meus amiguinhos estão habituados a ver, ou a imaginar!
Esta, só era frondosa e verdejante em alguns pontos, esparsos e dispersos, difusos e confusos! Em muitos cantos, recantos, áreas inteiras, só se via ou poeira, rochas e rochedos, ou arbustos raquíticos como que entrelaçados uns nos outros, numa extensão vasta! Crises graves iam assolando o terreno: aqui eram inundações, ali, falava-se de secas, haviam incêndios, epidemias, pandemias e outras arrelias! De maneira que a bicharada que por ali havia nem conseguia pensar em muitas coisas, a não ser nas suas famílias, como as alimentar e manter em lugares seguros…
É claro que, como em todas as florestas, uns bichos são mais fortes que outros, uns mandam, outros não mandam! Quer a Lei da floresta que os que não mandam obedeçam e paguem tributo aos que mandam, e assim foi e será desde sempre e para sempre.
Quem mandava nesta floresta (e ainda manda!) é o lobo Sócrates! Imaginem um bicho de mau pelo, possante e barulhento, que se faz ouvir em toda a floresta bastando para isso dar um passinho que fosse! Mas ele não se limitava a isso, e movia-se, todo feliz e muito à-vontade por todo o território! Por isso o ruído que causava era tanto, que era difícil um bicho que fosse não pensar nele um segundo! E todos o temiam! O lobo Sócrates tinha imaginação – ou dizia que tinha! – e isso tornava-o instável, sempre em plena actividade, para seu conforto e para desconforto dos outros!

Nesta longa fábula iremos contar as histórias deste bicho mau, tão mau que só o podiam achar mau, à sua volta! Recomendo que os meus amiguinhos apenas a leiam de dia, para que à noite não tenham pesadelos e façam chichi na cama!
(Continua)

2 comentários:

  1. Olá Zé,
    Já conheço o teu trabalho há alguns anos. Tenho aliás guardados na minha estante os dois álbuns do Dakar, o Minossauro, que para mim só têm um defeito: sabem a pouco. Mas, ao longo dos anos, fui conhecendo alguns trabalhos teus em diversas publicações onde constatei que, para além de um excelente desenhador humorístico, também tinhas esse dom a escrever textos. Corrosivos, sarcásticos ou simplesmente bem-dispostos, consoante os públicos-alvo, são obras que definem a tua originalidade. Aliás, e, assim de repente, actualmente, só me lembro, para além de ti, de dois autores que têm essa difícil capacidade de fazer rir bem afinada: o Zé Manel e o Luís Afonso. Por isso, fiquei contente por descobrir este teu blogue e agora fico aqui em suspenso à espera do segundo capítulo do Lobo Sócrates. E continua o bom trabalho que tens feito! Garanto-te que, a partir de agora, eu passarei a vir cá dar umas espreitadelas.
    Um abraço!

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  2. Fez-me lembrar " Ele é mau, mau, pior do que um lacrau"o que pensando bem não deixa de ser bastante apropriado!!!

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