sábado, 17 de abril de 2010

A CAMINHO DA MARGINALIDADE, CAPÍTULO QUATRO

No meio disto tudo há, também, os festivais! Poucos - muito poucos! - têm destaque de monta, atraem pessoas, curiosos, coleccionadores, compradores, autores! Para mim, é agradável visitá-los, sinto-me entre iguais, convivo com camaradas que raramente tenho outras oportunidades de ver, com pessoas que têm, como eu, curiosidade pela Banda Desenhada, ilustração, etc.
Sinto, mesmo assim, que há como que um esgotar da receita, um repetir o que já teve sucesso dantes ou pior, fazer do mesmo porque não há ideias para melhorar ou substituir! Dou três exemplos:
1 - Há, geralmente, um espaço destinado a crianças: é pouco apelativo, com o material exposto mais ao nível dos olhos dos adultos, pouco estudo sobre se o material exposto é de facto interessante para um pequenino! Uma criança é um futuro leitor de livros - de BD ou de outra coisa qualquer! - e, por isso mesmo, devia haver bem mais que um espaço a si destinado, algo como um refugo, uma parte menos interessante de visita! Como que para deitar poeira aos olhos de um crítico que aponte essa lacuna, referem os organizadores que há um espaço para venda de pipocas - o best-seller em qualquer evento cultural onde isso esteja incluido! - ambientes de leitura de conto, pinturas faciais... Como se vê, há muito ainda a conquistar, caso a inércia caia!
2 - Os autores portugueses deviam ter mais hipóteses de conviver com os seus iguais estrangeiros! Raramente isso sucede com mais relevo do que poderem estar, lado a lado, durante sessões de autógrafos! Ou seja, mal se dirigem, visto estarem - naturalmente! - mais atentos ao autografar dos seus trabalhos pelo público que aparece!
3 - Deviam ser convidados, a par de artistas estrangeiros, editores ou profissionais, que pudessem apreciar a produção nacional e, eventualmente, tentar colocá-la em outros países!
O que é um facto, é que há uma cada vez maior lassidão entre os visitantes, os vendedores e os artistas frequentadores de festivais! Estou seguro do que digo, visto basear-me em conversas pessoais com várias destas pessoas.

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