O lobo é um animal que nos entra pela vida adentro de uma maneira ou doutra! Seja pela mitologia, por parábolas - O Bom Pastor - contos de fadas, fábulas, romances, diversas superstições... Rara, por isso mesmo, é a criança que não tem pavor ao coitado do bicho, muitas vezes vítima de acusações infames por parte do bicho homem!
"Lobo Mau" quase que podia ser o nome real do "Canis Lupus", tal é o medo que o simples mencionar do animal causa!
Estava eu imbuido de muitas más ideias sobre ele, quando conheci o Francisco Fonseca, em meados dos anos 80. Esse biólogo que amávelmente me recebeu no seu gabinete, na Faculdade de Ciências de Lisboa, em palavras, argumentos e leitura fornecida convenceu-me que, de mau, o lobo de facto só tinha a fama! Esse encontro não só mudou a minha forma de pensar sobre o bicho, como me fez passar a questionar famas, mais ou menos ligeiras, geralmente populares, que muita da bicharada possui. Mais, o tema do lobo "bom" passou a inspirar-me para muitas histórias. Imediatamente, ocorre-me "Os Fundos Perdidos", segunda aventura de Tobias Bigom (ASA, entretanto esgotada), em que não só dou um apoio à boa causa lupina, como até caricaturo o Francisco Fonseca, na personagem que protege os três lobinhos, cuja mãe foi vítima de um javali (inversão trágica de papéis da história dos Três Porquinhos!)... Poucos anos depois, no livro Histórias de Natal (Col. Pigmeu, Ed. ASA, entretanto esgotado), conto uma pequena história de um lobo, solitário no mundo dos animais, dado a sua má frama... essa mesma história desenvolvo-a com mais sucesso no segundo livro das Aventuras do Zu, "O Natal do Lobo". Finalmente, não esqueço as duas páginas de "Licantropelias", publicadas em meados dos anos 90, no Notícias Magazine... Esta última história retomei-a recentemente, digitalizando os originais e dando-lhe novas - e melhores - cores, assim como lhe fiz uma revisão ao texto.
"Lobo Mau" quase que podia ser o nome real do "Canis Lupus", tal é o medo que o simples mencionar do animal causa!
Estava eu imbuido de muitas más ideias sobre ele, quando conheci o Francisco Fonseca, em meados dos anos 80. Esse biólogo que amávelmente me recebeu no seu gabinete, na Faculdade de Ciências de Lisboa, em palavras, argumentos e leitura fornecida convenceu-me que, de mau, o lobo de facto só tinha a fama! Esse encontro não só mudou a minha forma de pensar sobre o bicho, como me fez passar a questionar famas, mais ou menos ligeiras, geralmente populares, que muita da bicharada possui. Mais, o tema do lobo "bom" passou a inspirar-me para muitas histórias. Imediatamente, ocorre-me "Os Fundos Perdidos", segunda aventura de Tobias Bigom (ASA, entretanto esgotada), em que não só dou um apoio à boa causa lupina, como até caricaturo o Francisco Fonseca, na personagem que protege os três lobinhos, cuja mãe foi vítima de um javali (inversão trágica de papéis da história dos Três Porquinhos!)... Poucos anos depois, no livro Histórias de Natal (Col. Pigmeu, Ed. ASA, entretanto esgotado), conto uma pequena história de um lobo, solitário no mundo dos animais, dado a sua má frama... essa mesma história desenvolvo-a com mais sucesso no segundo livro das Aventuras do Zu, "O Natal do Lobo". Finalmente, não esqueço as duas páginas de "Licantropelias", publicadas em meados dos anos 90, no Notícias Magazine... Esta última história retomei-a recentemente, digitalizando os originais e dando-lhe novas - e melhores - cores, assim como lhe fiz uma revisão ao texto.
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O meu amigo Marc Parshow tem uma pequena editora, a Qual Albatroz, na qual faz sair a sua revista (fanzine? prozine?) Celacanto, da qual saiu recentemente o segundo número. Homem sensível a causas ecológicas, dedica esta publicação exclusivamente à defesa de animais em vias de extinção! O primeiro número (2009) foi dedicado ao albatroz, e este segundo ao lobo! Foi, precisamente para nele ser incluida, que retoquei a "velha" BD!
Porque o sucesso do primeiro número foi evidente, maior número de autores quiseram servir a causa dos lobos neste segundo, pelo que este número dois tem considerávelmente mais páginas; perde, porém, pela má prestação em geral dos autores, muito amadores e repetitivos, não só na abordagem visual como na mensagem com que servem o tema! Parecem não aprofundar o assunto, além de meia dúzia de ideias-feitas, e há mesmo quem, na pressa em "vitimizar" o coitado do lobo, o torne um afáfel vegetariano! Um problema dos ambientalistas passa mesmo por isso, na preocupação excessiva da "santificação" de feras, o branqueamento do seu "cadastro"... Ora isso é tão estúpido como desonesto, e serve mal - ou não serve mesmo! - a causa, por total incongruência, que até uma criança saberia desmontar! No entanto, entre os poucos trabalhos divulgados neste Celacanto, destaco o "Lobo e Cordeiro", de Eric Ricardo, que com equilíbrio estético e narrativo, conta uma história poética e amável! Contra a corrente, com uma histórinha brilhante - mas servida de um mau desenho, "O Que se Passa???" de Royzac, merece igualmente uma e outra releitura! De parabéns está, igualmente, Miguel Rocha, pela bela capa (e contracapa) da revista.
O meu amigo Marc Parshow tem uma pequena editora, a Qual Albatroz, na qual faz sair a sua revista (fanzine? prozine?) Celacanto, da qual saiu recentemente o segundo número. Homem sensível a causas ecológicas, dedica esta publicação exclusivamente à defesa de animais em vias de extinção! O primeiro número (2009) foi dedicado ao albatroz, e este segundo ao lobo! Foi, precisamente para nele ser incluida, que retoquei a "velha" BD!
Porque o sucesso do primeiro número foi evidente, maior número de autores quiseram servir a causa dos lobos neste segundo, pelo que este número dois tem considerávelmente mais páginas; perde, porém, pela má prestação em geral dos autores, muito amadores e repetitivos, não só na abordagem visual como na mensagem com que servem o tema! Parecem não aprofundar o assunto, além de meia dúzia de ideias-feitas, e há mesmo quem, na pressa em "vitimizar" o coitado do lobo, o torne um afáfel vegetariano! Um problema dos ambientalistas passa mesmo por isso, na preocupação excessiva da "santificação" de feras, o branqueamento do seu "cadastro"... Ora isso é tão estúpido como desonesto, e serve mal - ou não serve mesmo! - a causa, por total incongruência, que até uma criança saberia desmontar! No entanto, entre os poucos trabalhos divulgados neste Celacanto, destaco o "Lobo e Cordeiro", de Eric Ricardo, que com equilíbrio estético e narrativo, conta uma história poética e amável! Contra a corrente, com uma histórinha brilhante - mas servida de um mau desenho, "O Que se Passa???" de Royzac, merece igualmente uma e outra releitura! De parabéns está, igualmente, Miguel Rocha, pela bela capa (e contracapa) da revista.
Tudo aquilo que se teme é muitas das vezes pintado em tons negros. Talvez por isso, o lobo, assim como muitos outros pedradores, topo da cadeia alimentar, foram sempre denominados de "maus", ferozes, malignos. Confesso que também eu, em pequena, os temia. Cheguei mesmo a ter pesadelos atrozes, perseguida noites a fio por alcateias famintas, que tentavam entrar no meu quarto, medo que só passou mais tarde, quando também tive a sorte de os conhecer de perto, na tapada de Mafra. Parabéns pela ideia de os reabilitar.
ResponderEliminarCuriosamente, Olga, os lobos pintados nesta capa, parecem querer entrar num quarto...
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